terça-feira, 25 de agosto de 2009

Indagações Profundas do Ser


E as coisas passam, e quando achamos que sabemos tudo somos derrubados pela imprevisibilidade , quão arrasador é seu golpe, com tamanha potência nos destrona na mesma hora. As pessoas evitam a tristeza, mas a tristeza faz parte da condição humana, crer na felicidade é crer na reflexão solitária como condição básica para o equilíbrio vital da vivência humana. Tentar prolongar a tristeza é benéfico, faz aumentar a auto-estima, nos ajuda a nos conhecer de verdade, conforme a máxima do mestre Sócrates. E a vida nos obriga ainda, a dosar ocasiões e sentimentos para que sejamos bons vivant’s. A vontade de se expressar se faz presente agora, é como uma aurora canalizadora do sentimento acumulado
Por outro lado, é chocante colidir a realidade subjetiva de cada um, com a realidade externa mundana, isso causa um embate destruidor e apavorante, que traz consigo medo e insegurança, mas que exige também maturidade e equilíbrio. Formas se desenham, formas abstratas a partir do real, analogias são feitas, cronologias são estabelecidas, conclusões são tiradas; ser só e saber lidar com isso é uma habilidade, o barulho em excesso cega demais. Quando é que o mundo vai mudar? É uma quimera tão grande desejar isso? O ser humano é realmente capaz de aprender? Porque repete seus próprios erros? Cadê a Ontogenia? Cadê a filogenia? Porque é tão igual apesar das diferenças? O que faz de nós tão cruéis e ternos? O que faz da vida tão dura e acalentadora? Por que temos que viver em um sistema que vai contra a vida? Por que o equilíbrio é tão difícil? Será que isso está tão impregnado assim em nós?
Deixa eu voltar, deixa eu descer, tenho medo desce barco, tenho medo desse mar, temo essa viagem, não sei se estou preparado. Como viver com essa bagagem? Como encarar tudo de modo diferente? Como equilibrar o profundo e o raso, como me tornar um mergulhador que habita superfícies? Me deixa voltar a viver de ilusões, me deixa ver o mundo colorido, deixa eu pensar que o amanhã é imprevisível, e que eu não entendo as coisas, e que a vida tem explicações convincentes e acalentadoras. Uma luz, somente uma luz que mostre a saída, que me tire da agonia e da angústia; a nostalgia é muito paliativa, não consegue dar conta de resolver definitivamente; as lembranças ajudam; a vida inteira passada não bastaria para aquietar a sensação, somente o futuro e o presente possuem esse poder. Por que somos tão frágeis? Por que temos que possuir a desgraça de ter de explicar tudo? Por que somos tão humanos?