segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pequenos atos...

É, e como a mídia nos faz aumentar a proporção dos problemas, ou melhor, como ela consegue com tanta destreza distorcer o foco das atenções de um problema, como ela consegue num piscar de olhos induzir as pessoas a acreditarem que o problema realmente está ali, e que a nossa maior preocupação deveria ser realmente esta.
Bom, em primeiro lugar, vou situá-los, estou falando exatamente da Conferência Mundial do Clima que aconteceu semana passada em Copenhague na Suíça, isso, você caro leitor deve estar se perguntando: - Mas de novo essa história? Isso mesmo caro leitor, devo resgatar essa história já tão clichê dos últimos dias para tentar mostrar que as verdadeiras ações não estão ali, e sim muito mais perto do que imaginamos.
É simples e fácil jogarmos em cima dos governantes, das grandes lideranças mundiais responsabilidades que na verdade são de todo mundo, inclusive nossas. O sistema é tão complexo caro leitor, que as mínimas ações e costumes dos seres humanos tem conseqüências positivas ou negativas em todos os sentidos. Complexo ainda? Bom, serei mais direto. Estou falando que existem dois âmbitos onde as coisas devem realmente mudar, onde as atitudes devem realmente ser diferentes, apesar de que o sistema pode entrar em contradição. Estou falando do âmbito de execução que está ao alcance de todo cidadão “comum” como eu e você, e do âmbito de execução que está ao alcance daqueles poderosos que injetam grande quantidade de força para girar a máquina do capitalismo. É evidente, meus caros, que não é nem um pouco simples e nem fácil executarmos ações, porém extremamente necessário.
Devemos pensar primeiramente que, de nada adianta a realização de uma conferência, de nada adianta o populismo, a midiatização, o fanatismo (Greenpeace), o sensacionalismo, a promoção, a superprodução envolvida em um grande evento como esse, nem que avanços realmente fossem alcançados, se cada um dos seres que habitam esse planeta não se conscientizar de atitudes reflexivas e começar a pensar o mundo diferente. Pois de fato, é insustentável um mundo capitalista, não existe acordo possível abstrato que consiga conciliar desenvolvimento e sustentabilidade, não da maneira como conhecemos esses dois termos. O mundo é feito de interesses, de ações de pessoas voltadas à seu próprio traseiro, se as pessoas pudessem elas transavam sozinhas, se existe uma “onda verde” é porque pessoas estão lucrando com isso, não sejamos ingênuos. É difícil para as pessoas enxergar que, se a China está despejando milhões e milhões de gases na atmosfera sou eu que faço essa roda da poluição girar, sou eu quem consome os eletrônicos que lá são fabricados, sou eu que compro o meu celular de dois chips, com câmera, que toca mp3 e o escambau e só não faz chover, mas que gera lucro às terceiros e contribui para a poluição do planeta, sem falar no “sub-humano” que está lá trabalhando quase de graça na montagem dessa porcaria tecnológica; sou eu que troco todo ano de carro, fazendo com que a Chevrolet, a Citroen e todas as outras montadoras de carro despejem todo o ano milhares e milhares de automóveis num mundo saturado e totalmente engarrafado, e fazendo com que os mais velhos virem “sucatas atuais”, o que vai gerar muito desperdício e todo aquele blá blá blá que estamos cansados de ouvir.
Contudo, chegamos num ponto que não tem mais volta, onde o capitalismo se faz como uma grande máquina, onde cada peça é importante, fundamental e alienada, onde caso uma peça venha a quebrar as outras sofrerão as conseqüências, onde caso um USA da vida quebre, os outros estarão fadados ao fracasso. Ou seja, este raciocínio nos leva a crer que caso as produções mundiais, que estão a cada ano se superando, diminuam, as conseqüências podem saltar rápida e gravemente no mesmo instante, os senhores que se acham os donos, os grandes executivos, as megacorporações e todos os outros que vivem exclusivamente do sistema capitalista não passam de coisas que obedecem à um sistema, e agora já é tarde para voltar atrás.
Finalizando e fazendo um breve resumo, talvez eu não tenha conseguido passar a idéia principal, mas meu intuito é dizer que nós devemos medir nossos atos, pensar sobre nossa forma de vida e consumo que é desenfreada, descontrolada e insustentável, o natal é a época capitalista, vamos com calma, não vamos ajudar a bater recordes de venda, tentemos ao menos fazer aquilo que nossos governantes não conseguiram e jamais conseguirão, pensemos em formas mais sustentáveis de vida, sem tanta comodidade, Pense Humano, por favor pense! E lembre-se, de nada adianta querermos apanhar o sol, devemos começar pelos atos que estão ao nosso alcance, comecemos construindo a escada para chegar nele...