sexta-feira, 25 de abril de 2014

Outro tijolo no Muro...


 
É a metáfora da sociedade. É nos vermos frente ao espelho, é uma letra que se for lida sem a melodia parece um manifesto, com a melodia é uma ópera, e se acompanhada do vídeo torna-se a verdade metafórica nua e crua da dinâmica e da lógica da sociedade.

                Os “professores” da sociedade atual, do sistema atual, ferem suas “crianças” como bem entendem, privam-nas dos sonhos que eles próprios vendem, zombam-nas por sua alienação, podam potenciais. É uma lição que vai além de professores e alunos, é algo que versa a respeito da humanidade.

                Mas até esses “professores” têm seus infernos pessoais, até eles são controlados por aquilo que pensam controlar: desejos humanos, e portanto também são fantoches do sistema, sem perceber.

                Não precisamos de educação, de produção em série, em massa; não precisamos ser formatados e ajustados conforme seus gostos e costumes como já pregava Chaplin. Nossas mentes clamam por liberdade, clamam por cultura, elas têm sede de ser melhor do que vocês, e sim, elas podem!

                “Professores” nos deixem em paz! Não queremos esta clausura velada, esta censura encapuzada, travestida de moral. No final querem apenas que sejamos outro tijolo no muro da normalidade, no muro da perfeição!

                Agora todos dizem: “Nós não precisamos da sua educação, da sua formatação, do seu modelo, seus referenciais não nos serve, tanto para o bem quanto para o mal. Ah, e eu quero meu pudim antes da carne, sim!”

                Querem que sejamos produtos, ou melhor, meras engrenagens, mas essa sua sociedade perfeita, caros senhores, está ruindo, se deteriorando. Podemos até nos destruir, mas levamos vocês conosco...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Da relação entre mudar a cor do seu Facebook, e mudar a forma do seu pensamento.

          Diariamente me deparo com a tentadora oferta: Saiba como mudar a cor do seu Facebook. Digo que é tentadora, porque de fato muitos gostariam de personalizar a cor do seu perfil na referida rede social, e pasmem: é possível sim! Porém, perceba a surpresa que ficamos quando recebemos essa notícia. Mas não se surpreenda: em tempos de mudar a cor do seu Facebook, o difícil mesmo é as pessoas mudarem a sua forma de pensar. Logo, mudar a cor do Facebook não é lá um grande feito, perto do imensurável desafio que é tornar as pessoas seres mais pensantes. Perceba: Quando alguém diz que você deve MUDAR seu pensamento, qual a primeira coisa que vêm à sua cabeça? Irritação, indignação, “quem é ele pra dizer o que eu devo ou não fazer”. Nos irritamos bem mais com isso, do que com o anúncio pra mudar de cor o facebook.
             Mas note um detalhe: Eu disse em mudar a FORMA de pensar, e não mudar o que você pensa ou mudar o seu pensamento em si. Isso porque, mudar a forma de pensar implica em... PENSAR! E não em agir automaticamente baseado em preceitos e preconceitos. Mudar a forma de pensar implica em utilizar novas estratégias, novas ideias, ventilar, fazer outras rotas, percorrer novos caminhos, enfim, tudo aquilo que temos PREGUIÇA de fazer. E veja a profunda irritação que a palavra MUDAR nos causa, é sair da “zona de conforto nossa de cada dia”.
Por exemplo: Qual a solução mágica contra o Racismo: Mudar a forma de pensamento das pessoas, ou “branquear” todo mundo?! Muitos me responderão que a primeira é a melhor saída. Ora bolas, eu digo que atualmente a segunda é a melhor (para a maioria das pessoas, na prática) , porque é mais fácil “branquear as coisas”. Por que não começar a MUDAR por mim, por você, por nós mesmos?! Racismo não é brincadeira, propagamos preconceitos através de “piadas bobas”, estereótipos, clichês, e nem nos damos conta que estamos alimentando essa nossa natureza vil.  Mudar a cor do nosso pensamento é bem mais interessante e produtivo para a raça humana do que a do Facebook.
- Nossa! Mais um falando sobre Racismo...
Não! Isso não é sobre Racismo, é sobre algo mais simples como mudar a cor do Facebook, e admita: foi isso que chamou sua atenção para iniciar a leitura desse texto, porque se tivesse dito que era sobre Racismo...
O exemplo do Racismo foi apenas um dos milhares que podemos pegar para ilustrar nossa “preguiça cultural” de MUDAR. Homossexuais, nordestinos, pobres, judeus (sim, ainda hoje), obesos, moradores de rua, entre tantos outros ainda sofrem muito com o preconceito velado que é fruto da nossa preguiça de MUDAR. E o mais importante de tudo, antes de apontarmos nosso dedo para UM “preconceituoso”, devemos tomar cuidado para que o dedo não entorte na nossa direção, porque ninguém está livre dele como uma vacina que toma e dura por 15, vinte anos, porque a todo o momento surgem novas e novas formas de “preconceito nosso de cada dia”, sendo que negros não estão livres de propagar preconceitos, nem homossexuais, nem ninguém; se fazendo,portanto, uma luta diária por um simples motivo: A NOSSA FORMA DE PENSAR.
Ah, e esse texto é sobre o que você quiser, menos sobre mudar a cor do seu Facebook...

terça-feira, 22 de abril de 2014

Quem não se faz entender, não merece ser entendido!



Durante minha deliciosa graduação, tive um professor que sempre dizia:

-Gente, façam-se entender! Sempre que se comunicarem, façam-se entender! Pois imaginem, que do outro lado existem pessoas que não fazem nem ideia do que você está falando, e é para elas que você vai se comunicar. Não importa o que você quis dizer, o que importa é O QUE VOCÊ DISSE.

No começo eu pensava: O que vale não é a intenção? Onde fica a pobre da minha intenção nisso?

Mas aos poucos fui percebendo que intenção não basta para se comunicar, e como dizia o nosso originalíssimo Abelardo Barbosa (O Chacrinha): “Quem não se comunica, se estrumbica”. Traduzindo em miúdos, quem não se se faz entender fatalmente não será entendido (ou entendido de forma errônea).

E nesse imenso universo da comunicação temos dois tipos de linguagem: a literal e a figurada. Em se tratando de linguagem figurada, é aceitável que o comunicador não se faça entender, pois muitas vezes, reside justamente na confusão a magia, a beleza e a essência da comunicação pretendida pelo mesmo (encaixam-se aqui poetas, filósofos, músicos, entre outros). Quer dizer algo que você pensa, sem grandes compromissos com o entendimento alheio, acerca do seu escrito? Use a linguagem figurada! Porém, além da dificuldade maior em realizar uma (pois exige um bom desprendimento da realidade, do pragmatismo), posteriormente você não terá direito algum de dizer: Poxa, vocês não entenderam o que eu quis dizer? Bom, aqui em linguagem figurada abre-se um universo gigantesco para a compreensão alheia, então reclamar não é nenhum pouco justificável.

Por outro lado, se falamos de linguagem literal, você terá todo o direito de reclamar do não entendimento alheio, com um enorme porém: Se você foi claro, e se FEZ ENTENDER. Aqui geralmente se encaixam os jornalistas, colunistas, professores, entre outros. Se você procurou ser claro, esclarecido e mesmo assim não lhe entenderam, reclame, é um direito seu! Agora, se mesmo escrevendo em linguagem literal você não procurou se fazer entender e quis deixar um ar de confusão no escrito, ah meu querido (a) escritor (a), aí sua margem de reclamação se mostra bem pequena.

E aí chegamos ao ponto central desse texto: A Ironia! Oh ironia, tantas guerras em teu nome, tantas falácias e cagadas em teu nome. Tantas pessoas que se escondem atrás de ironia, coisas do tipo: Vou dizer o que eu penso, se não gostarem digo que fui irônico. E outros ainda que resolvem aderir à “ironia” ao longo do caminho. A ironia acaba virando um esconderijo privilegiado dos que preferem não admitir erros, um bode expiatório, um lugar comum para onde correm na hora “que o bicho pega”. Utilizando esse conceito mágico chamado ironia, podemos fazer coisas brilhantes, como jogar a culpa pelo não entendimento (ou entendimento errôneo do nosso escrito) em cima do leitor, sim! “Ele é o culpado por não entender a minha ironia! Eu sou um ótimo escritor, mas tem gente que não tem capacidade de entender a minha ironia, a minha escrita refinada”. Em suma, é isso que querem dizer os que não se fazem entender. A responsabilidade do entendimento é de quem escreve, e não de quem lê.

Mas acredite, até mesmo na ironia você tem que ser claro, escritor. Mas afinal de contas, o que é ser irônico? Existem muitas formas de ironias, mas pra resumir, uma frase ajuda: SÓ QUE NÃO! O “só que não” é a ironia da atualidade, é você dizer algo e depois contrariá-lo de propósito. Já quando se trata de ironia em textos de linguagem literal, oh brilhante escritor, seja CLARO na sua ironia. Nem que você corra o risco de passar por exagerado, e o seu leitor se obrigue a falar: Mas eu já tinha entendido! Pelo menos, você terá dado o seu recado. Porém, de certa forma, parece que o escritor procura exaltar tanto a beleza e o mistério do seu escrito, que deixa a CLAREZA e a COMPREEENSÃO DO LEITOR em segundo, terceiro, ou até quarto plano. E como ser claro na ironia de um texto literal? É simples, é só levar sua ironia até o absurdo, mas perceba: um absurdo que seja de fato absurdo para todos, e não somente para você. Você não fala para você, escritor, você não está diante de um espelho, você fala para os outros.

Ah, e pra ser claro e se fazer entender, prezado escritor (a), não é necessário escrever outro texto dizendo que no anterior você tinha sido irônico, isso é uma autopromoção desnecessária, basta ser claro que tudo se resolve. Ah, já ia me esquecendo: Pra eu ser claro e me fazer entender, esse escrito vale para muitos escritores (as), em especial para você Tati Bernardi, colunista da Folha de São Paulo (Entenda) (Entenda²) . Você que diz não se interessar por política, você que diz estar nesta coluna para “falar merda” (mas que não admite quando faz cagadas, seria outra ironia sua?), você que considera os escritos do Constantino “papos sérios”, entre outras coisas. Seja mais clara com seu leitor, e decida-se: ou é literal ou é figurada! Misturar é possível, mas não te dá a margem para chamar o seu leitor de: “patrulhinha ignorante dos hispter fofos”.

E pra finalizar, uma coisa é certa: Ou a gente se faz entender, ou os outros interpretam como bem entenderem...liberdade de expressão gera liberdade de compreensão!