sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ambivalência


As vezes queria apenas aprender, saber qual a maneira, a fórmula da imperfeição completa. É deteriorante ser perfeito e meio, é estar em ruínas sem perceber. É um chão de incertezas, uma corda bamba afiada, é o sim dentro do não, um escroto limpo. É tentar se entender, sendo que jamais se entenderá. Queria apenas pousar desta turbulência; ser um Nietzsche manco não é a melhor das máscaras, preferiria não ter consciência, preferiria perder a cabeça de vez, mas tudo que faço é fragmentado, mendigando migalhas de atenção e ao mesmo tempo querendo o luxo do que penso possuir, só penso.


Pobres defeitos tenho, defeitos dignos de uma lata de lixo, não consigo mais separar nada, processo turbulento, o que é de mim? Queria um ópio psicológico,para acalentar essa minha vida crua, vida nua, vestí-la de ilusão, vida desencapada, que provoca choques de realidade à todo momento. Minha perna dói, meu joelho reclama, meus dentes apodrecem, meu sono já não é mais o mesmo e meus olhos pedem descanso, minha mente está me traindo, quero férias de mim mesmo, de meus fantasmas; mas, meu organismo está bem...bem deteriorado, ônus e bônus vem com o tempo, fiz um pacto a partir do dia que aceitei viver, talvez um dia eu decida rescindí-lo, até lá minha sina é ser foda com a vida, e ser fodido por ela!





Para ler: " O alienista"/ Machado de Assis


Para ver: "O fim dos subúrbios (The end of suburbia)"/ Gregory Greene


Para ouvir: "De leve"/ Lulu Santos