sábado, 17 de maio de 2008

Terrível Insensatez


MASSA HUMANA EGOCÊNTRICA

Na nossa sociedade contemporânea, o que mais sabemos fazer, são julgamentos e condenações prévias, insensatas, egocêntricas e leigas. É deste modo que vemos e analisamos problemas crônicos sociais, é de extrema facilidade resolvermos problemas do Brasil, da forma mais fácil que existe: Matando, batendo, prendendo, xingando, espancando e todos os outros verbos que pudermos conjugar para fazer com que alguém que é, sem dúvida nenhuma, a maior vítima de todo esse sistema egoísta, “pague” pelo que fez, como se fosse realmente o infrator que tivesse dívida à acertar com alguém, perceba como os papéis se invertem, em um piscar de olhos ele passa a ser o vilão da nossa sociedade, mas sua verdadeira identidade é a de vítima; vítima de um sistema que só funciona em prol dos que tiveram oportunidades reais de vida, quando eles próprios ainda não eram capazes de responder por si só, essa é a única diferença primária entre nós e eles.
Nossa população alienada, incomensuravelmente doentia e passiva, só conhece a tal da “justiça pelas próprias mãos“, pois não se dá ao luxo de retirar-se de sua vidinha medíocre, e ver que logo ali, na próxima esquina existe alguém que grita, metaforicamente falando, por uma ajuda, um olhar de respeito, amparo; e não dó, pena; o ser humano não deseja que o outro sinta dó dele, pois dó só pode ser sentido quando ele se encontra em estado de desprovimento de felicidade. Ele busca algo mais, busca reconhecimento perante a sociedade, todos nós somos assim; o menor que se encontra sem expectativa nenhuma de futuro não é diferente, seu reconhecimento é um recomeço para ele próprio, e aí nos perguntamos: -reconhecê-lo pelo quê? Se ele nunca fez nada que preste, só roubou, só fez mal, nunca estudou. Ele merece essa exclusão!- Isso é o que diz a massa ignorante humana. É muito fácil ficar somente dando opiniões à respeito, e nunca se quer, abstrair-se do conforto que possuem, e refletirem um pouco à sobre do que essa pessoa deve ter passado em sua vida, se ele nunca fez nada que preste, é porque provavelmente nunca lhe deram chances; roubou, porque foi a única maneira de sobreviver em um mundo onde notava que os outros tinham, mas ele não, nunca soube direito o porque, mais sabe que a sobrevivência só se dará através do sustento: o que rouba; e se ele fez mal sempre aos outros, é bem possível que seja pelo motivo de, mal ter tido mãe e pai, e quando teve, não foram carinhosos e não puderam lhe dar chances; nunca estudou, pois teve que estudar desde pequeno, que tempo lhe sobrava? Que estímulo para tal ele possuía? Pense antes de julgar, enxergue pelo menos um palmo à sua frente, já é um começo.
E o que dizer da nossa estrutura? Os adjetivos são muitos: precária, defasada, pobre, pouca, pequena, desatualizada, desinformada, corrompida, paralisada. Nossa polícia serve como o “caminhão do lixo”, que tem o dever de levar tudo que não nos presta! Serve como bode expiatório da sociedade, que culpa a mesma, por toda a violência ocorrida neste país. Totalmente despreparada, tanto materialmente, quanto físico e mentalmente; nossa polícia está desprovida de subsídios que possibilitem ações mais efetivas, de agentes mais bem preparados, de suporte técnico, de uma série de relações extras que permitam o avanço do policial. Seria fácil ainda, colocarmos a culpa somente nos governantes, devemos assumir papéis de responsabilidade e entender que as coisas não funcionam a partir de alguém ou de algum somente, devemos saber que tudo é uma cadeia que funciona em conjunto, onde uma gira, para possibilitar que as outras funcionem, caso uma estrague, as outras conseqüentemente irão suprir faltas até certo ponto, não eternamente. O Brasil possui um histórico extenso de exclusão social, desde os primórdios do nosso país vem acontecendo inúmeros episódios que culminaram na sociedade atual. O “x” da questão é que: Sempre temos que achar um culpado para tudo, caso contrário não aliviaremos até que não achemos um.
O sistema é complexo, nada é simples, a união pode nos levar a amenizar situações sociais como: criminalidade, violência, tráfico, pobreza, entre outras, basta a gente querer e dar um pouco mais de atenção ao todo, e não ao fato. Devemos obrigatoriamente ouvir o grito, o chamado desesperado daqueles que clamam incessantemente por um olhar mais humano, mais digno, eles se expressam em todos os cantos e pedem por uma sociedade mais justa, são eles vítimas da nossa sociedade egocêntrica, são policiais, são menores de idade, são maiores de idade, são menores de consciência, são maiores de consciência, são detentores o poder, são detentores do temer, temer pelo que lhes acontecerá, temer pelo que poderá acontecer ao que possuem.
Culpados? De que adiantaria apontar culpados, devemos apontar soluções, é imensamente fácil falar do político corrupto, do policial corrupto, do vagabundo que rouba, do traficante, da prostituta, do mendigo que pede comida para não roubar; o difícil é nos colocarmos em seus lugares, que seja por um instante, e tentar entender o que se passa com tais. Julguemos a nós mesmos, antes de qualquer condenação. Reflita, e aja.


Por Jonas Angelo Martins Ferreira


Para ouvir: Charlie Brown- Tamo aí na atividade; Detonautas- O retorno de saturno

Para ver: Ônibus 174 - mostra a realidade brasileira, nua e crua, como ela é; Tropa de elite- demonstra a fragilidade da polícia convencional, e a crueldade cotidiana das favelas brasileiras.

Para ler: Elite da tropa - narra com mais detalhes a personalização do sistema social atual; Dicionário Aurélio – Com um pequeno merchandising aqui, aproveite e aprenda novos conceitos.

OS: E reveja os antigos...

Um comentário:

Anônimo disse...

é isso My Name is Jonas, parabéns.

Desculpa por deletar o site sem avisar, mas não estava dando em nada.
Melhor pra ti que fica livre pra escrever solo.

ótimso tetxos e continua aí, só espalha o link pro s teu amigos´né.


Te cudia che, ciao!.